Vídeo-aula 28: Encaminhamentos pedagógicos na escola pública sobre a questão religiosa - Roseli Fischmann


A aula trata da presença da questão religiosa na educação, preliminarmente do ponto de vista legal, tomando o texto da Constituição Federal de 1988 e da LDB-EN, 9394/96 e dispositivos posteriores, em especial aqueles relativos ao ensino religioso em escolas públicas. A seguir, retoma os temas tratados na Aula 1, propondo encaminhamentos referentes ao tema da liberdade de consciência, de crença e de culto, em relação com os temas da alteridade, tolerância, respeito e ética, indicando limites da ação da escola nesse tema.


O tema do ensino religioso nas escolas públicas na Constituição de 1988 (Art. 210, que determinou a existência dos parâmetros curriculares nacionais).

A professora inicia a vídeo-aula comentando o primeiro parágrafo do artigo acima citado e frisando que haveria várias controvérsias no oferecimento do ensino religioso no ensino fundamental e, a título de ilustração, compara a questão com o segundo parágrafo que fala da garantia do ensino em língua indígena nas regiões que atenderem a esse público, como se aí houvesse uma contrariedade, mas a professora não observa o caráter facultativo apontado no primeiro parágrafo e nem pondera que também a religiosidade indígena poderia (ou deveria) ser contemplada na redação citada, não havendo assim contradição.

O Ensino Religioso na Escola Pública difere-se do ensino religioso confessional. LDB, Lei n. 9394/1997, art. 33 (1996).

A professora cita diversas vezes que o assunto é difícil, espinhoso, que a redação das leis são problemáticas, complexas... na realidade ela está expressando sua opinião que é contrária ao Ensino Religioso no ambiente escolar público. Seria interessante uma vídeo aula que discutisse o assunto de forma mais imparcial ou que fosse apresentada outra vídeo aula mais favorável ao assunto para que o debate fosse mais democrático.

Em seguida, a professora trata da questão do professor que deveria estar pronto para lidar com a pluralidade presente entre os alunos para ajudar a construir (construir ?) a pluralidade na escola. A escola pública precisaria refletir  pluralidade presente na sociedade (mas já não reflete?).

A professora considera que a exposição de um simbolo religioso por parte do professor é uma imposição pois inferiorizaria os alunos e seria uma forma de imposição por parte do professor. Mas a professora não considera a possibilidade de, a partir de um símbolo exposto, haver um diálogo claro, franco, aberto e fraterno entre professores e alunos afim de trocarem suas impressões e experiências religiosas. Ou seja, está novamente impondo seu ponto de vista, considerando toda a situação como "complicada" e não vendo outra solução a não ser o silêncio a respeito da religião do ambiente escolar (um professor que use uma camiseta com um dizer referente ao JAZZ ou ao BLUES está inferiorizando a cultura do FUNK de seus alunos? ou pode, com isso, abrir um diálogo cultural com eles?) .

De qualquer forma, a questão está mal colocada da vídeo aula e não dialoga com os documentos até então apresentados pela professora.

A professora fala da necessidade da criança ser aceita e acolhida na escola ao dizer da sua diversidade (?), mas não fica claro qual a relação desta preocupação com a proposta de oferecimento facultativo do ensino religioso no ambiente escolar público.

A professora apresenta críticas sem aprofundamento e não apresenta propostas concretas para o trabalho do ensino religioso no ambiente escolar. Faltou, na vídeo-aula, ponte entre o discurso da professora e a prática e a realidade do professor em sala de aula.

Quase no fim da vídeo aula, a professora fala muito brevemente sobre o lugar da religião na construção da identidade e uma possível reflexão no ambiente escolar sobre a herança cultural que a criança recebe de seus pais e sua capacidade e  possibilidade de eleição de novos conceitos. Seria este um mote interessante para a reflexão a respeito do ensino religioso no ambiente escolar:  ajudá-la a elaborar qual herança ela tem e quais escolhas ela pode fazer, sem proselitismos.

Em seguida, a professora volta a evitar uma proposta concreta e critica as ações religiosas na história mundial, apontando isso como um conteúdo importante a ser tratado em sala de aula, mas não reflete que este conteúdo já é (ou deveria ser) tratado nas aulas de história.

Critica a imposição de uma maioria religiosa, mas isso também não apresenta vínculo com os documentos apresentados no início da vídeo aula. Ou seja, os documentos não foram realmente discutidos.

Por fim, a professora cita a laicidade do Estado e afirma que a criança não pode ser discriminada na escola.

Poderia apontar o ensino religioso como um modo (não mágico, mas possível) de tratar-se a questão da religiosidade no ambiente escolar de forma clara, aberta, respeitosa e coletiva, mas a professora o critica atribuindo a ele responsabilidades que não poderiam ser-lhe atribuídas, já que ainda não foi implementado no ambiente escolar, e também não apresenta alternativas práticas para o assunto.

De forma totalmente descontextualizada, a professora afirma que o  professor não tem o direito de discriminar quem pensa diferente de si e nem de apresentar argumentos religiosos para conseguir a disciplina em sala de aula. Qual o propósito e qual a origem de tal afirmação? Qual a relação dessa suposição com a proposta apresentada na Constitução e na LDB a respeito do Ensino Religioso Escolar?

Que a proposta apresentada em lei ainda não esteja clara, não há dúvidas. Entretanto, criticar sua implementação antevendo erros e citando problemas já existentes e que nenhuma relação tem com a implementação do Ensino Religioso na escola pública em nada contribui para o amadurecimento do debate nem para evitar-se o preconceito e a discriminação.

Seria mais interessante um debate que aceite o ensino religioso escolar e que proponha de forma clara, franca e não preconceituosa parâmetros e diretrizes para sua implementação.







Vídeo-aula 27: A produção da identidade/diferença - a questão religiosa - Roseli Fischmann

A aula trata da relação entre singularidade e pluralidade na construção da identidade de cada ser humano, no entrelaçamento de memória e projeto, e o lugar da questão religiosa nessa construção. Apresenta o modo como a Constituição Federal de 1988 trata o tema da liberdade de consciência, de crença e de culto, bem como da separação entre Estado e religiões, ou seja, o princípio da laicidade do Estado, garantindo a diversidade religiosa no Brasil e protegendo contra a discriminação.



Na temática da pluralidade e da singularidade, é necessário antes pensar a questão da identidade como uma construção plural que compõe a singularidade de cada ser humano, onde cada um é diferente do outro, dentro de uma pluralidade de aspectos (sua origem, sua família, sua história, suas experiências, seus gostos...) e construindo a pluralidade humana.


São múltiplos e diversos fatores que ficam entrelaçados como memória e projeto compondo a identidade. 
Alfredo Schutz e Gilberto Velho trabalham a ideia de que não somos só o presente, mas que nossa memória se estrutura e se organiza também para lançar o nosso futuro através de uma elaboração.
Na construção da identidade, a religião tem um lado de herança e um lado de eleição. 
A religião, como outros temas, está ligada à alteridade (eu e o outro), à ética. Diversidade não significa desigualdade.
O artigo 5º e 19 da Constituição Federal (1988) garantem o Estado laico, que garante o direito de crença ou descrença.


A complexidade do fenômeno religioso e sua presença na construção da identidade exige respeito mútuo.


Vídeo-aula 24: Gênero e diversidade sexual: desafios para a prática docente – Claudia Vianna



Após uma breve passagem pelos conceitos de identidade e diferença, serão apresentadas algumas sugestões de encaminhamento do trabalho docente a partir de experiências realizadas em escolas públicas. Estas, engendradas com base nas manifestações culturais populares, comuns ao cotidiano discente local. Quais as contribuições do conceito de gênero para a educação? Como as relações de gênero, e a diversidade sexual que delas faz parte, afetam as práticas e interações estabelecidas no espaço escolar? Essas questões e também a enorme dificuldade em se romper com os padrões tradicionais de gênero são abordadas nesta vídeo-aula.

Como as relações de gênero afetam as práticas e interações estabelecidas no espaço escolar.

Tanto as relações de gênero como a diversidade sexual constituem-se no campo dos Direitos Humanos.

O Estado e suas políticas nacionais e locais interpretam e regulam várias das concepções de família, reprodução, educação, estilo de vida, muitas delas entrelaçadas com a construção das relações de gênero (EPSTEIN, 2000).

Existe uma relação entre nacionalidade, gênero e sexualidade. O Estado não é neutro e regula as identidades sociais e tem tanto na mídia como na escola instituições que são muito importantes para o reconhecimento de algumas diferenças ou para a exclusão social e, portanto, a perpetuação da desigualdade.



Gênero e sexualidade são socialmente construídos.

Vídeo-aula 23: Relações sociais de gênero: um direito e uma categoria de análise – Claudia Vianna


A constituição das relações de gênero está diretamente ligada à ampliação do direito das mulheres e à crítica ao determinismo biológico como base das diferenças entre homens e mulheres. O propósito desta vídeo-aula é resgatar o caráter social do conceito de gênero que remete necessariamente à dinâmica da transformação social.

A discussão de gênero nasce no contexto das lutas por direitos sociais (ampliação dos direitos das mulheres, cidadania).

Gênero é um conceito social, então, histórico e mutável (não é biológico).

Relações Sociais de Gênero - dimensões da desigualdade: pessoas brancas com mais estudo que pessoas negras; pessoas da zona urbana com mais acesso a escola que pessoas da zona rural; nordeste com menos anos de estudos que as outras regiões; meninas estudam mais anos que os meninos, mas mulheres mais velhas permanecem mais analfabetas (por vez, por pressão de maridos que não permitem que elas estudem). As mulheres negras ganham menos que as mulheres brancas.

As identidades feministas não são dadas, são conquistas coletivas, criadas e fortalecidas duranta a história e na ação conjunta.

Em nossa sociedade contemporânea, ainda permanece um modelo patriarcal, em que as tarefas de reprodução da vida são atribuições da mulher enquanto que as tarefas econômicas são atribuídas ao homem.

Nossa sociedade não só divide masculino de feminino, mas valoriza as características masculinas em comparação às femininas.

Outra dimensão é a visibilidade de outros movimentos como é o caso do movimento LGBT: a sexualidade se torna uma questão político, além dos direitos humanos básicos.



A sexualidade é um fenômeno socialmente construído assim como o gênero.

Relações sociais de gênero: há avanços e permanências.

A escola não é um mundo a parte da socialização de gênero. A escola também faz parte desse processo de incorporação de valores.
Um dos principais avanços no conceito de gênero, foi a utilização deste conceito para nomear a construção social entre os sexos.

O gênero é a organização social da diferença sexual. Não reflete a realidade biológica, mas constrói o sentido dessa realidade.

O gênero refere-se a um processo de construção social em que símbolos culturalmente disponíveis, significados a respeito das sexualidades e normas e regras pautam as ciências, as jurisprudências as concepções políticas e a escola.

Em uma dimensão mais subjetiva, como cada um reproduz ou resiste ao modelo dominante de masculinidade.

Vídeo-aula 20: Diferentes possibilidades culturais no currículo escolar - César Rodrigues


Após uma breve passagem pelos conceitos de identidade e diferença, serão apresentadas algumas sugestões de encaminhamento do trabalho docente a partir de experiências realizadas em escolas públicas. Estas, engendradas com base nas manifestações culturais populares, comuns ao cotidiano discente local.

As identidades e diferenças são produzidas no contexto parental, na comunidade local, na escola propriamente dita, na mídia de uma maneira geral e na televisão de uma maneira específica, a partir da disseminação de uma identidade-referência localizada dentro de um certo grupo etnicorracial.
Identidade-referência: “Diz-se do conjunto fenotípico, gestual, de vestuário, religioso, alimentar, linguístico e comportamental – todos legitimados culturalmente – que representam o modelo de ser humano ao qual a semelhança se deva buscar, pois quanto maior a proximidade modelar de tal sujeito, maior a possibilidade de inserção social. No caso do brasil, destaca-se como identidade-referência o ser humano branco, euro-estadunidense e masculino.” (LINS-RODRIGUES, 2010)
Na escola, essas identidades e diferenças estão em todos os espaços escolares, mas com maior intensidade na sala de aula.
As diferenças são perpetuadas a partir de um referencial branco. O discente que não se enquadra nesse referencial sofre um grande conflito ao perceber todas as dificuldades encontradas por conta de seu enquadramento racial.
As culturas marginalizadas e, por isso, invisibilizadas pelo currículo escolar devem ser legitimadas dentro da escola.
Inicialmente é necessário traçar um perfil da comunidade atendida pela escola através de um mapeamento das manifestações culturais realizado com o auxílio dos alunos: músicas, brincadeiras, onde divertem-se...
É preciso fugir das inserções curriculares “turísticas” e folclóricas, ou seja, fazer com que as manifestações curriculares apareçam no currículo escolar apenas em datas pontuais.
É necessário lembrar que negar as diferenças simplesmente é uma forma de fortalecer o mito da democracia racial e, assim, fortalecer as situações simuladas (ou até explícitas) de preconceito e racismo dentro da escola. A intervenção docente nesses eventos é de crucial importância para a desconstrução dessas manifestações.

Sugestão de vídeo que pode ser trabalhado em sala de aula para a discussão a respeito da determinação de referenciais culturais, o curta metragem VISTA A MINHA PELE:


Vídeo-aula 19: Relações etnicorraciais na escola – César Rodrigues


A videoaula discute os conceitos de Raça, Racismo e Etnia, observando as correlações entre os mesmos e seus possíveis reflexos no cotidiano pedagógico, lançando mão dos estudos sobre as teorias racistas e os discursos antirracistas.


Conceito de Raça (K. Munanga, 2004): termo utilizado na zoologia e na botânica para classificar espécies animais e vegetais. Com o progresso dos estudos em genética humana, biologia molecular e bioquímica, o conceito passa a ser considerado sem validade para explicar a espécie humana. Porém, isso não significa que todas as populações e seus indivíduos sejam geneticamente semelhantes.
O problema da utilização do termo para denominar a espécie humana foi a utilização em uma escala de valores e por esconder a relação de poder e dominação.
Mesmo sem validade científica, o termo raça continua valendo em nível político-ideológico, pois tem vários significados em partes diferentes do mundo.
O termo racismo foi criado na década de 20 e seu conceito não é consensual, mas pode-se falar em racismo clássico (alimenta-se da noção de raça como fundamentação) e racismo novo (alimenta-se da noção de etnia). Mas, substituir raça por etnia é apenas uma questão semântica, porém as vítimas são as mesmas. Um grupo racial pode ter muitas etnias, porém uma etnia só comporta uma raça.
Há toda uma questão política e ideológica que envolve essas categorias.
As diferenças sociais estabelecidas pelo conceito de raça reflete na ascensão social e nos benefícios que uma população recebe em detrimento de outra.
Esses discursos refletem na escola, fazendo sofrer os alunos negros e produzindo identidades e diferenças entre os discentes escolares, prevalecendo as identidades brancas direta ou indiretamente.


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"Café com leite (água e azeite?)", 30 min., 2007
Direção, produção, roteiro: Guiomar Ramos
Co-produção: Tatu Filmes
Edição: Márcio Perez
"Café com leite" apresenta uma reflexão sobre o Mito da Democracia Racial no Brasil através de depoimentos dos professores da FFLCH-USP, Antonio Sérgio Guimarães, Kabengelê Munanga, a diretora do Geledés, Sueli Carneiro e o antropólogo Batista Félix.






Vídeo-aula 16: Encaminhamentos pedagógicos: blog no ensino de ciências - Mônica Fogaça

A aula tem por foco descrever uma experiência de implantação de prática pedagógica que objetiva o reconhecimento e o diálogo com as práticas das culturas juvenis da comunidade local: a tecnocultura. Essa prática teve por propósitos facilitar a aproximação com os estudantes, ter maiores chances de influência na formação de identidades voltadas a um meta solidária e para o bem comum e também para obter melhores resultados nos processos de ensino-aprendizagem nas aulas de ciências.



A vídeo aula propõe como a tecnocultura é importante nas culturas dos jovens e será escolhida uma ferramenta para a prática pedagógica.

A internet é o ambiente prioritário dos jovens urbanos.
É preciso que a escola mapeie as práticas dos jovens, aprender essas práticas com eles para estabelecer diálogo.

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Observamos que tais conceitos apresentados pela vídeo aula generalizam os jovens urbanos como se todos tivessem acesso à internet e ao mundo da cybercultura, entretanto essa é uma realidade dos alunos de maior poder aquisitivo. Quem trabalha com alunos de escola pública percebe que os que tem acesso a internet em casa ou em lan houses, em geral não dominam totalmente as ferramentas das redes sociais e outros tem acesso à internet somente na escola, não apresentando nenhuma familiaridade com os ambientes virtuais.

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Citando uma experiência realizada em sala de aula, a vídeo aula elege o blog para exemplificar uma possibilidade de uso.

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Ao citar as mídias sociais, que são ambientes coletivos e colaborativos de produção textual e troca de informações, a vídeo aula cita, por exemplo, os RSS que não são exatamente uma mídia social, mas sim um utilitário, um acessório de algumas mídias sociais.
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A vídeo aula descreve uma atividade bastante interessante chamada de ORKUT CONCRETO, em que os alunos criaram perfis similares aos criados no ambiente virtual, mas que seriam concretos, ou seja, eram folhas impressas que eram colocadas nas paredes da sala e que funcionariam como meio de interação e comunicação entre os alunos.
Em seguida, e como fruto dessa primeira vivência, a vídeo-aula cita e descreve a experiência realizada com o uso de BLOG em sala de aula.


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Um Blog Pedagógico na área de ciências:

http://viagensdalaura.wordpress.com/


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Muitos são as possibilidades de uso do BLOG em sala de aula, mas a grande vantagem e o grande êxito do exemplo citado pela vídeo-aula é a produção de textos por parte dos alunos (com a linguagem comumente utilizada no ambiente virtual, ou seja, sem amarras), a manifestação de suas opiniões e a interação com colegas da própria e até com pessoas de outra faixa etária e de fora do ambiente escolar. Um verdadeiro espaço de debate e produção coletiva.


Vídeo-aula 15: Produção da identidade/diferença: culturas juvenis e tecnocultura - Mônica Fogaça




A aula tem por foco analisar a importância da tecnocultura na constituição das identidades e “diferenças” presentes nas culturas juvenis. Para isso, discute o que são as culturas juvenis defendendo seu aspecto social em vez de biológico; descreve algumas das características do fenômeno da juventude ao longo do tempo; prioriza a diversidade de características, contrariando a idéia de uma cultura juvenil universal. Por fim, enfoca as culturas juvenis urbanas e a relação estreita de grande parte dos jovens com a tecnocultura e seus efeitos sobre suas práticas e linguagens.

- o que é o fenômeno da juventude;
- condições e discursos que produzem a identidade da diferença;
- cultura juvenis urbanas e a importância da tecnocultura.


Ser jovem, segundo a professora Mônica (ela não cita sua fonte), é um fenômeno cultural pois é resultado das condições políticas, culturais e econômicas de cada época e local.
As culturas juvenis são produzidas por condições históricas e discursos.

No século XVII, a arquitetura das casas modifica-se e começa-se a fazer o isolamento entre o mundo das crianças e do mundo dos adultos.

Necessidades pós-revoluções industriais: os jovens da classe média, na Europa, nos EUA e em outros países ricos: necessidade de tempo para preparo para o mundo do trabalho (classe média - é correto utilizar esse termo para este período?).

Entre 1945 e 1975, auge do crescimento do capitalismo principalmente nos países europeus e nos EUA, há uma nova taxa de ingresso nas escolas inclusive para os mais pobres. O crescimento econômico é concomitante ao crescimento das mídias, que discursam por meio do cinema e da televisão que jovem era ser rebelde, usar drogas, gostar e fazer experimentação sexual, gostar principalmente de rock...




O isolamento que foi criado entre o mundo adulto e o mundo infantil é quebrado aos poucos.

Em 1960, surge um campo interdisciplinar chamado Estudos Culturais que passa a estudar mudanças após a segunda guerra mundial e como essas mudanças influenciaram grupos sociais na Inglaterra, inclusive os jovens, e verifica que existem vários tipos de culturas juvenis.






Os Estudos Culturais investigam, então, as indústrias culturais, qual o padrão dominante e como a mídia pode influenciar ou não.

A escola precisa aprender a identificar quais são os grupos culturais de sua comunidade para rever suas práticas pedagógicas visando gerar a identificação.

Existem vários fatores de influência na produção do fenômeno da juventude. Ser jovem é uma conquista social.

No mercado o jovem é visto como um elemento inovador, mas na escola ele é subjugado e seu saber não é valorizado.


Tecnocultura
Os jovens do ambiente urbano têm por cultura o ambiente da tecnocultura ou da cybercultura.






Os aparelhos eletrônicos têm grande importância. E seu uso aumenta com o passar do tempo.


Não basta utilizar os aparelhos eletrônicos, mas o viver práticas que os incluem, como se fossem integrados ao próprio corpo, fazendo parte de sua identidade.
Esses jovens são também mais inseguros principalmente  com a relações sociais presenciais. A escola seria um espaço com grande potencial democrático.

A vídeo aula

  • apresenta conteúdos sem apresentar suas referências teóricas,
  • faz afirmações sobre o que caracterizaria a juventude citando um período em que esse termo não seria pertinente (Grécia Antiga) e 
  • descreve a juventude contemporânea de forma genérica sem destacar suas diferenças e características socioculturais (o que contradiz o que foi preconizado pela própria vídeo aula em seus minutos iniciais). 

Além disso, descreve o uso de ferramentas como blog, twitter, facebook, e-mail, celular... como se fossem usos próprios da juventude, quando na realidade, está apenas descrevendo as funcionalidades e facilidades dessas ferramentas, que são usadas da mesma forma por pessoas de diferentes idades (quem não quer ter uma conversa instantânea, envia uma mensagem via e-mail e quem quer ter uma conversa direta, sem intermediários, utiliza o celular. Trata-se de uma características dessas ferramentas e não de uma forma de uso exclusiva dos jovens).
Tudo isso torna a vídeo aula maçante, vazia e pouco produtiva.









Vídeo-aula 12: Multiculturalismo: encaminhamentos pedagógicos – Marcos Neira


Nesta videoaula, o currículo multiculturalmente orientado é apresentado como alternativa para valorização das diversidade cultural e, consequentemente, estratégia apropriada para a convivência democrática. Tanto a prática pedagógica quanto seus princípios são esmiuçados.

O currículo multiculturalmente orientado apresenta o prestígio de procedimentos democráticos, desde seu planejamento, e apresenta uma reflexão crítica sobre as práticas sociais.
O currículo multiculturalmente orientado também promove o entrecruzamento das culturas (acesso a outras perspectivas sobre o mesmo fato).
O currículo multiculturalmente resiste a reproduzir a ideologia dominante e questiona as relações de poder.
O currículo multiculturalmente preocupa-se em enfatizar as diferenças e não procura a homogenização.

As práticas pedagógicas influenciadas pelo multiculturalismo tem as seguintes características:
  • tematização: um mesmo assunto é enfocando sob diversos pontos de vista, o tema não é apresentado como verdade única, mas são feitas diversas análises.
  • O ponto de vista da comunidade é reconhecido e valorizado, não somente como conhecimento prévio, mas também como tematização (no mesmo patamar de importância).
  • Hibridização discursiva: o discurso acadêmico/ científico, o senso comum, o conhecimento da comunidade.
  • Utilização de mecanismos de diferenciação pedagógica: organização de atividades que valorização repertórios de alunos de formas diferentes (pesquisas, leituras, entrevistas, coletas de dados, depoimentos, variação de fontes...).
  • Pedagogia do dissenso: encontro de posicionamentos diferentes que proporciona o acesso a outros posicionamentos sobre o mesmo fato.
  • Concepção metodológica dialética.
  • Abordagem etnográfica dentro da sala de aula: olhar para os temas e procurar identificar quais foram as relações de poder que atuaram para que aquela explicação prevalecesse e não outra.
  • Registro: documentação.

Vídeo-aula 11: Políticas culturais, multiculturalismo e currículo – Marcos Neira


A videoaula apresenta os diversos enfoques do multiculturalismo, bem como as políticas culturais que os sustentam. Compreendendo o currículo como texto, exemplifica formatos conservadores, assimilacionistas e interculturais, debruçando-se detalhadamente sobre a perspectiva crítica.

O currículo é o caminho para alcançar um contexto social menos desigual e mais justo.
As políticas culturais segregacionistas, quando entram em ação, posicionam as pessoas segundo suas características em determinados lugares.
As políticas culturais assimilacionistas partem do princípio que a forma de ser, pensar e agir e os significados atribuídos por determinados grupos são mais interessantes, são corretos, são a identidade enquanto que os significados atribuídos por outros grupos são menos importantes, são a diferença, são ruins. Então, algumas políticas são estabelecidas para que aja uma assimilação destes outros grupos àqueles grupos com maior força simbólica e que detêm o poder de dizer como o outro deve ser.
As políticas integracionistas identificam as as diferenças e procuram trazer os grupos para o convívio com os demais preservando os significados que cada grupo possui, ou seja, estão mais próximas da convivência democrática.
Essas políticas culturais são identificadas quando pensamos em multiculturalismo.
Nem sempre as pessoas estão movidas pela mesma ideia de multiculturalismo, mesmo reconhecendo as diferenças.
O multiculturalismo pode ser conservador ou monocultural: as diferenças existem, mas a cultura da qual ele é representante é a verdadeira, a mais importante e que precisa ser colocada em alção, então, lentamente, vai apagando as diferenças culturais, procurando homogenizar o grupo.

O multiculturalismo pode ser liberal: existem várias culturas e as culturas que sobreviverão serão aquelas que têm mais condições, os significados que permanecerão e que serão valorizados serão aqueles que vencem o conflito. Há aí uma relação íntima com a lógica de mercado.
O multiculturalismo pluralista: identifica as diferenças de identidades e marcadores culturais e garante que, em uma sociedade democrática, todos devem ter a chance de se expressar, para isso é necessário criar espaços.
O multiculturalismo essencialista de esquerda: os outros grupos (os oprimidos) são intrinsecamente oprimidos nas relações.
Multiculturalismo crítico: valoriza as diferenças, reconhece que os grupos atribuem significados diferentes às coisas do mundo e promove experiências de encontro da experiências para que um grupo enxergue como o outro é e entenda sua situação.

Quais critérios são utilizados para selecionar textos, conteúdos, temas e atividades?



Toda a ação de elaborar tem que ser uma ação muito pensada pois assim serão posicionadas as pessoas.

Os currículos vão posicionando as pessoas com relação às coisas do mundo de forma a tentar manter as coisas como estão ou vão negar a existência de outras possibilidades ou serão interculturais e críticos, reconhecendo a diversidade e valorizando os conhecimentos das culturas que frequentam a escola para que essas culturas possam ser vistas e possam ver-se como legítimas.

Vídeo-aula 8: A característica multicultural da sociedade contemporânea e suas consequências para a convivência democrática - Marcos Neira

 A configuração dos cenários geográfico, econômico e político do terceiro milênio contribui para a disseminação de textos culturais que procuram homogeneizar as identidades. Dentre as consequências, desponta o crescimento do multiculturalismo. Esta videoaula discute os reflexos desse processo na escola.


Cenários do terceiro milênio:
  • Geográfico;
  • Econômico;
  • Político;
  • Comunidades imaginárias;
  • Disseminação de textos culturais;
  • Políticas de identidade.

No terceiro milênio o mundo passou por uma reorganização de sua geografia. As transformações geraram o surgimento do neoliberalismo.
Se em certo momento nos acostumamos a ver determinados grupos no poder, hoje temos as posições de primeiro escalão ocupadas por pessoas cuja origem se encontra em outros espaços diferentes dos que eram antes privilegiados.
Nós nos sentimos encaixados em certos grupos: marca de pertencimento.
As formas “corretas” de ser são determinadas como identidade e as formas “incorretas” são vistas como diferenças.
Se pensamos em uma convivência democrática, precisamos pensar em um equilíbrio maior entre identidade e diferença e precisamos observar como se dá a construção da identidade e da diferença.

Consequências:
  • acesso constante a representações sobre o outro (“choque de civilizações”;
  • novos elementos geradores de conflitos;
  • homogenização x distinção: em algumas experiências do cotidiano valorizamos a igualdade em outros valorizamos as diferenças;
  • mecanismos de inclusão ou de exclusão;
  • representações sobre o Outro;
  • reivindicação da diversidade;

Se em algumas experiências da vida é importante que sejamos vistos como iguais, na maioria delas eu só consigo ser igual se minhas diferenças forem respeitadas.



Reações:


- movimentos sociais;
- ações afirmativas;
- questionamento do modelo hegemônico;
- visibilidade crescente da diversidade;
- reconhecimento: base da convivência democrática;
- políticas inspiradas no multiculturalismo;

As ações que visam enxergar as diferenças valorizam o multiculturalismo enquanto política importante para a valorização da convivência democrática.



Vídeo-aula 7: Identidade e diferença na perspectiva dos Estudos Culturais - Mário Nunes


Apresenta uma explicação conceitual e histórica da noção de identidade e diferença. Explica a produção da identidade e da diferença, bem como suas formas de marcação e fixação. Enfoca o aspecto político da produção da identidade e da diferença. Aborda as implicações que a prática pedagógica apresenta nesse sentido.
Concepções  de Identidade
- sujeito do iluminismo: sujeito nasce com uma identidade que pouco se desenvolve e independe do entorno e de qualquer experiência pessoal.
- sujeito sociológico: sujeito também apresenta núcleo interior, mas sofre influências do mundo externo.
- sujeito pós-moderno: condições da sociedade em que vivemos que criam novas formas de representação constantemente e constantemente modificam-se. A identidade do sujeito é contraditória e transitória.

Fixar a identidade significa normatizar um modo de ser e não outro que é tido como a diferença.

A identidade e a diferença estão sujeitas às relações de poder.

Cada grupo social tem sua forma de classificar. Quem tem o poder atribui valores e hierarquiza.

Os sistemas simbólicos produzem significados sobre as pessoas e constroem identidades.

A produção da identidade é relacional. A ilusão de uma identidade coerente e única se constitui associada a diferença, exclusão do outro (nós x eles).

identidade: norma, o idêntico, o correto.



diferença: o outro.



A marcação de um pertencimento histórico ajuda em uma constituição de identidade: o sentido de tradição é criado, fazendo parecer que sempre foi assim.

O descentramento do sujeito pós-moderno desconstrói a visão de identidade única em cada indivíduo. O indivíduo pode assumir e largar diversas identidades, e diversas vezes. A identidade é discursiva e contraditória.

Está cada vez mais impossível pensar em definir os modos de ser das pessoas.

Se aceitarmos a premissa que a identidade e a diferença são construções culturais e não uma essência que nasce com o sujeito ou que ele internaliza do meio externo, podemos interrogar quais estratégias utilizamos no interior de nossas práticas escolares e sociais que marcam o sujeito e colam nele identidades que carregam marcas ao longo da vida.
Precisamos ter claro que ao atuarmos diante da diversidade cultural que constituem a escola e a sociedade, fica muito complicado adotar qualquer postura em que valide certos modos de ser em detrimentos de outros, mas também não trata-se de um vale tudo. Trata-se do cuidado de reconhecer a todos na sua diferença e na sua capacidade de participação e tomada de decisão para a construção de um bem coletivo, trata-se de reconhecer a possibilidade de hibridizar os significados  em busca de uma sociedade participativa e democrática.








Vídeo-aula 4: Os Estudos Culturais e a convivência democrática - Mário Nunes

Explica o surgimento do campo dos Estudos Culturais, bem como seus objetivos de pesquisa; apresenta a noção de cultura utilizada pelo campo e o modo como os processos culturais vinculam-se com as relações sociais e as diversas formas de opressão que envolvem várias forças determinantes - econômica, políticas e culturais, competindo e em conflito entre si. Argumenta que as investigações produzidas no campo sobre as culturas podem contribuir para a democratização das relações de poder e o modo como a escola pode atuar nessa direção.





A convivência democrática na ótica dos estudos culturais.






A vídeo-aula aborda as conribuições que o campo dos estudos culturais tem proporcionado à educação enquanto campo de aprendizagem da convivência democrática.


"Em virtude de seu compromisso em examinar práticas culturais a partir de seu envolvimento com e no interior das relações de poder, os estudos culturais contribuem para as análises dos processos de regulação e produção de sujeitos na sociedade e, particularmente, nas escolas. 


"Sua recusa em desvincular a política do poder do processo de formação em qualquer âmbito social faz com que os estudos culturais reforcem a ideia de que a educação não pode ignorar as difíceis questões das relações entre cultura, Estado, mercado e sociedade civil que definem os significados e as metas da formação na educação."



  • Condições de emergência

- Segundo pós-guerra
- Expansão do capitalismo
- Indústria de massa


" No seio da classe popular não há somente mau gosto, passividade, submissão e assimilação, mas também resistência e produção."


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Um exemplo de resistência e produção (não submissa) de cultura de classe popular:


Leia um trecho
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  • Campo de pesquisa
"Os estudos culturais escacaram as condições em que as verdades e conhecimentos foram construídos, bem como seus efeitos sobre os sujeitos."


                                 Projeto político: não se pretendem imparciais ou neutros, mas sim estar do lado do mais fraco, visando a intervenção social.
                                 Inserção pós-moderna: radicalização do papel da linguagem na definição da realidade.
                                 Perspectiva  inter/ pós / anti disciplinar: rompimento das barreira s e fronteiras das disciplinas.



"Toda relação social é marcada por relações de poder e são essas que determinam a verdade e os conhecimentos."





  • Cultura: noção conceitual

Os estudos culturais rompem com a divisão clássica de alta e baixa cultura. A cultura é vista como um território contestado, um campo de lutas, um campo de intervenção política.
A cultura constitui-se em uma relação social, um terreno de confronto de diversas práticas que buscam seu reconhecimento. (arenas de políticas culturais)
O território cultural não é algo orgânico (luta em fronteiras).
A luta das culturas é pelo controle das informações e dos conhecimentos que permite ao ser humano interpretar e intervir na realidade (atribuição de sentidos: relações de poder).


Frente a centralidade da cultura é importante ver como as práticas escolares surgiram, transformaram-se, como criaram-se formas e campos de identificação e exclusão, ou como se excluíram outras práticas.



Os estudos culturais contribuíram para abalar a concepção de que a produção de conhecimento é fruto da continuidade natural da história ou de embates acadêmicos e epistemológicos que buscam uma explicação mais eficaz da realidade.
Os estudos culturais alertaram para a complexidade das relações sociais que permeiam todos os níveis da existência humana.
Uma prática pedagógica ancorada nos estudos culturais é perturbadora das formas hegemônicas.
Os estudos culturais são potencialmente produtivos para a produção da convivência democrática das diferenças.





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Textos do autor:
Contribuições dos Estudos Culturais para o currículo da Educação Física 


Linguagem e Cultura


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Obs.: Vídeo-aula de conteúdo importante e interessante mas por demais densa e com um formato que dificulta a compreensão total. 
É contraditório que um conteúdo que proponha uma nova visão de educação (que vise os estudos culturais para a transformação do status quo) utilize-se de um formato tradicional e conteudista que visa a mera transmissão de informações.











Vídeo-aula 3: A globalização e o impacto sobre as culturas - Mário Nunes


Apresenta algumas das principais características da sociedade globalizada em suas vertentes econômicas, políticas e culturais; explora algumas questões sobre o impacto da globalização nos processos de mudanças da sociedade contemporânea; aborda os modos como a globalização cria novas identidades e influi as percepções dos sujeitos acerca das estruturas sociais.











Vivemos em um mundo em que a tecnologia rompeu as barreiras do tempo e do espaço, aproximando pessoas e povos. Assim constitui-se a globalização que tem diversos efeitos sobre os sujeitos de diversas partes do mundo e que constata que há uma distância ainda maior entre os países pobres e os países ricos.
A globalização não é um fenômeno recente: iniciou-se com a própria modernidade e com o capitalismo.
A globalização pode ser vista como um impacto avassalador dos processos econômicos globais e representada pelo surgimento de instituições supranacionais, pela ascensão do neoliberalismo como discurso político dominante e pelo surgimento de novas formas culturais.
Para muitos, o processo de globalização tem contribuído para a desintegração das identidades nacionais em função da crescente homogenização cultural: a intensa revolução tecnológica expande a quantidade de informações, assim, os meios de comunicação de massa expõem modos e comportamentos.
A escola tem contribuído com este processo, afinal a escola é vista e compreendida como um locus de formação do sujeito para o mundo do trabalho.
Decorrentes das transformações nas políticas e culturas globais, as mudanças pessoais criam mudanças sociais e deslocamentos culturais, produzindo novas identidades deslocadas de seu local de origem, de sua tradição.
Mas, se há aumento dos processos de homogenização cultural, alguns autores afirmam que também ocorrem os de resistência e de tentativas de outras possibilidades para configuração social.
Também há autores que afirmam que novas identidades híbridas tomam a cena.
O que pode-se afirmar é que as identidades tornaram-se fragmentadas, fluidas e descentradas.
Os efeitos da globalização são contraditórios e não produzem resultados iguais no mundo inteiro.
Em tempos globais, é preciso considerar a lógica da expansão dos mercados e o consumo global de tudo: do folclore, da alimentação, das formas de se vestir, das práticas corporais e da educação. E a relação dessa expansão com a alteração das funções do Estado.
As transformações decorrentes da globalização não podem ser compreendidas sem um entendimento do contexto em que ocorrem.
O que está em jogo parece ser a constituição das identidades ideais para compor o quadro social globalizado: um sujeito cosmopolita, capaz de conviver com a diversidade e dela usufruir temporariamente. O sujeito globalizado não deve incomodar-se com o estranho nem apegar-se a nada, a não ser ao próprio desapego, ao descarte.
Em termos educacionais, existe uma compreensão crescente de que a versão neoliberal da globalização incide em uma educação que impõe de modo direto certas políticas de avaliação, de financiamento, formação de professores, diretrizes curriculares e metodologias.

A Educação frente ao mundo globalizado:
mercado de trabalho instável;
novas demandas do mundo do trabalho;
uma mão de obra internacional e cada vez mais competitiva;
conceito de equipe como norma da organização do trabalho;
maior uso da força de trabalho;
crescente importância da produção intensiva do capital;

É necessário observar as formas de intervenção da máquina do Estado e seus investimentos, seja para promover o bem estar e a igualdade ou para subsidiar o desenvolvimento das empresas.
As empresas estão se tornando tão fortes que algumas tem desenvolvido um modelo educacional próprio.
A influência empresarial sobre o Estado é exercida de forma indireta, por meio de liderança intelectual que incute nos legisladores um novo conjunto de valores.
Enfim, os efeitos da globalização são as mudanças em níveis tanto econômicos, como políticos e culturais.
A escola tem que estar atenta a estes processos para discutir e negociar suas práticas pedagógicas em busca de uma educação que atenta a questões éticas e do exercício d euma cidadania em que todos possam atuar com dignidade.